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Tomei uma multa da vida

Andava apressado.

Distraído.

Distante.

Inconsequente, cortava aqui, costurava ali.

Com o ponteiro e a marcha sempre subindo, corria, invadia, avançava – sem olhar em volta.

Até que um dia apareceu um agente.

Estrategicamente, me viu do mesmo limite que cruzei.

Bem na minha frente, anotou.

Mas não percebi, e assim segui.

Alguns dias e a multa chegou.

Com ela, o susto. Com ela, o gasto. Com ela, a reflexão.

Andava apressado.

Agora freei.

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