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Crônica: o motorista social



Os carros se acumulavam conforme a luz amarela se avermelhava no semáforo. Antes, um sinal para aguardar o fluxo do cruzamento, agora um sinal para olhar o celular com mais calma. Preciosos segundos para checar as notificações sem o incômodo de olhar o trânsito enquanto dirige.

– Será que alguém já curtiu? – ansiava o motorista.

O mundo girava em alta definição na telinha de cinco polegadas e meia. E só lá.

Fotos, vídeos, stories. Do motorista e dos outros.

– Nossa, quantas mensagens no grupo! Vou ter que silenciar.

A primeira, engatada, vruuuum, segunda, terceira. Ultrapassagem sem seta. Retrovisor?
Beeeeeeep!!!

– Presta atenção, barbeiro!

Mas como? As postagens são muitas, impossível prestar atenção em todas.

O motorista só consegue focar nas mais interessantes.

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